Mudança
de iluminação
Luísa
se afasta um pouco de Leopoldina.
Luísa – Amiga eu te adoro! Mas eu não
posso mais vê-la nunca mais! A vida me deu uma segunda chance com o Jorge e eu
não posso desperdiçá-la
Leopoldina – Eu entendo! Eu também te
adoro! E eu quero sejas muito feliz! Adeus
Leopoldina
sai.
Luísa – Adeus! - Olhando-a
sair.
Mudança
de iluminação.
Basílio
entra e beija Luísa.
Basílio – Tenho que agradecer ao meu
pai por chamar a ti e a tia Jojó para passar uns dias conosco em Sintra.
Luísa – Eu sempre adorei Sintra, mas
agora – Olhando para ele – tenho
mais um motivo.
Basílio – E eu nunca gostei de
Portugal, nunca tinha encontrado nada que me interessasse nessa terra até
agora!
Eles
se beijam outra vez.
Mudança
de iluminação.
Basílio
e Luísa se separam.
Basílio – Tu ainda me amas?
Luísa – Tu sabes que sim!
Basílio – Mesmo a minha família tendo
perdido tudo!
Luísa – Para mim isso pouco importa!
Basílio – Pena, eu não poder levá-la
para o Brasil! Mas eu vou ser ainda mais rico que o meu pai! Tu vais ver!
Luísa – Se tu dizes, eu acredito!
Embora, preferisse que ficasses e se casasses comigo...
Basílio – Mas, eu vou voltar e breve e
me casarei contigo! Isso eu te prometo! Tu acreditas?
Luísa – Acredito!
Luísa
e Basílio se beijam!
Basílio – Até breve meu amor!
Luísa – Até!
Basílio
sai.
Luísa – E não cumpristes a promessa, me
enviastes uma carta cretina da Bahia dizendo que o que tinha ocorrido entre nós
era uma infantilidade, que estava sendo mais difícil que pensava enriquecer,
dizendo que não queria sacrificar seu doce anjo, disse que me aconselhava a ir
frente. Depois quando enriquecestes fostes para a Inglaterra. Um dia parei de
chorar por ti e resolvi seguir o seu conselho.
Mudança
de iluminação.
Basílio
entra.
Basílio – Como tu estás mudada! Santo
Deus!
Luísa – Velha!
Basílio – Bonita!
Luísa – Mentiroso! E tu, o que andas
fazendo!
Basílio – Estive em Constantinopla, na
Terra Santa, em Roma e no último em Paris. Mas quero saber de ti.
Luísa – Eu não estive em lugares
exóticos como Constantinopla, minha vida é bem mais simples...
Basílio – Mas és feliz, tens um
pequerrucho?
Luísa – Não! Não, tenho filhos.
Basílio – E teu marido, demora a
voltar?
Luísa – Três ou quatro semanas, eu
creio.
Basílio – É quase uma viuvez! Então
virei mais vezes para diminuir a sua solidão, a não ser que tu se oponhas...,
mas tu ias sair!
Luísa – Não! Estava aborrecida, não
tinha nada para fazer. Ia tomar ar!
Basílio – Não te prendas!
Luísa – Que tolice!
Basílio - Era eu antigamente quem te
calçava e descalçava as luvas..., lembras-te? Ainda tenho esse privilégio
exclusivo, creio eu...
Luísa
ri.
Luísa – Decerto que não...
Basílio – Ah! Outros tempos!
Mudança
de iluminação.
Luísa – Tu vais embora?
Basílio – Pudera, eu não posso está a
sós contigo um momento! Sem os amigos e parentes de seu marido em volta!
Luísa – Por favor não! E para que
queres tu estar só comigo? Que tem que venha gente?
Basílio
beija Luísa na testa e nos olhos.
(continua na
parte 4/10)
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Marcelo Assis
da Silva é Técnico de Finanças e Controle Externo e atua na Secretaria de
Controle Externo de Aquisições Logísticas. Estudou roteiro na Escola de Cinema
Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro e montou e dirigiu o espetáculo “Swing Tântrico” também no
Rio de Janeiro. “O Primo Basílio” é uma adaptação teatral do romance de Eça de
Queiroz.
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