terça-feira, 19 de julho de 2016

REVISTA TCU ARTE - Artística e Cultural - 2016 0719

Neste número com as seções:
Questionário Proust, com a fotógrafa Márcia Sartori (Seses)
Ponto do Humor, com o cronista Paulo Avelino (Secex-CE)
Ponto da Poesia, com o poeta Antônio Moreno (Semag)

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Questionário Proust com a fotógrafa

MÁRCIA SARTORI

1)      O que você consideraria o cúmulo da miséria?
A fotógrafa em estilo de quadro a óleo
A pior miséria é a de quem não consegue enxergar uma realidade diferente da sua, de quem só olha para o próprio umbigo.

2)      Onde você gostaria de viver?
No mundo, sem ficar presa a qualquer lugar. 

3)      Qual é a sua ideia de felicidade terrena?
Correr o mundo em boa companhia.

4)      Quais falhas você tolera mais?
As minhas kkkkkk.

5)      Quem são os seus heróis favoritos de ficção?
Ulisses, o grego.

6)      Quem são os seus heróis favoritos da vida real?
Meu pai.

7)      Quem são suas heroínas favoritas da ficção?
Ana Terra e Bibiana, de " O tempo e o vento".

8)      Quem são os seus personagens favoritos da história?
Todas que lutaram pelos direitos humanos, como Rosa Parks, Emmeline Pankhurst e Nise da Silveira. E Itzhak Rabin, os irmãos Villas Bôas, Marco Polo.

9)      O seu pintor favorito?
Monet.

10)  Seu músico favorito?
Chico Buarque

11)  A qualidade que você mais admira em um homem?
Lealdade e coragem.

12)  A qualidade que você mais admira em uma mulher?
Exatamente as mesmas.

13)  Sua virtude favorita?
Ter a mente aberta.

14)  Sua ocupação favorita?
Se eu tivesse que escolher só uma, o que é impossível para alguém com Lua em Gêmeos, seria viajar.

15)  Quem você gostaria de ter sido?
Eu mesma.

16)  Que trabalho de arte seu você mais gosta? Há uma história por trás dele?
A fotografia "Companhia", vencedora de concurso promovido pelo Provedor de Justiça de Portugal com o tema "Cidadania e Dignidade".


Companhia



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Ponto do Humor com o cronista


PAULO AVELINO


AS AVENTURAS DO DETETIVE ARTEMIDORO BALSEMÃO (O HERÓI CONTRA A CORRUPÇÃO)


As Mulheres da Minha Vida


Balsemão desprezou o 
conselho  da sua mãe, de
 se tornar  empreiteiro
 sem nem saber o lugar 
da obra
Depois do tonitruante sucesso da Operação Thutmosis VII, sobre a máfia das compras de múmias de segunda mão, e da Operação Saco de Gatos, nas quais uma um grupo prometia realizar taxidermias a preços superfaturados, eu, o Detetive Artemidoro Balsemão, vi-me guindado à posição de celebridade nacional e planetária. Isso malgrado minha natural modéstia, provada pelas melancias que carrego no pescoço e que usaria como brinco, não fosse eu homem de formação conservadora, nascido na saudosa Santa Rita do Jucurutuca, terra tradicional, na qual os homens cozinham e as mulheres trabalham na roça, ou coisa parecida.

 Nisso vi-me afogado de pedidos de casamento, noivado, e até beijos na boca (Não, Angelina, por favor, eu já disse que não ficasse me ligando tanto; e você, Giselle, não se separe de seu marido - o coitado te ama). Mas a verdade [verdade essa que causará uma onda de baixas de pressão e ansiedade] é que coração deste velho detetive já está ocupado por várias:

Minha secretária sempre espera  
receber a ligação de seu príncipe, 
entre as 5.749 de cada dia
Viscondessa Aristotélia de Balsemão – minha augusta genitora foi a primeira mulher da minha vida, desde o tempo em que me colocava para subir em suas costas e aliviar as jabuticabeiras do vizinho do seu excesso de carga, dizendo ser uma ecologista;

Cacilda Regielena – minha nobre secretária com sua voz de LP rachado e sua paixão sufocada por este veterano detetive espera sempre seu verdadeiro amor – e nisso já teve 47 namorados, já descontada a inflação;


Quando zangada, a doce 
Mulher-Gato se transformava
 Mulher-Gato – ela me azunhava, rasgava minha pele, deixava-me com marcas vermelhas. Abandonou-me no dia em que sua manicure por engano lhe cortou as unhas. Disse que me ligaria no dia seguinte, e, enquanto espero, faço umas operaçõezinhas contra a corrupção, etc. Tudo pelo amor.

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Artemidoro Balsemão saiu valentemente às ruas para defender o Imperador Dom Pedro II em março de 1964 – até perceber que estava lendo jornais atrasados.



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Ponto da Poesia com o poeta

ANTONIO MORENO

Encanto/Desencanto

Encanta-me o encontro contigo,
Encontrar-te é minha alegria
Desencanta-me o desencontro,
Desencontrar-te é melancolia.

Domina-me a emoção,
Viva ansiedade faz brotar
Aflora no coração,
                            O desejo de te encontrar

Quando sei que vou te ver,
Sinto enorme cumplicidade
A certeza de a ti não ter,
Me traz contrariedade.

O que será amanhã?
O que dirão para mim?
Será que esse meu afã,
Terá um dia seu fim?

É para todo o teu ser,
O amor que exala em meu seio
Impossível não envolver,
Nessa vida de recreio

Encanto é poder te sentir,
E no meu mundo te encontrar
O que espero do porvir,
É desencanto frustrar

Nem tudo depende de ti,
E muito menos de mim
E o que tiver que sentir,
Terá começo e também fim.

Assim, na vida que eu vivo,
Todo começo é encanto
E quando mais me regozijo,

Chega o fim pra desencanto.




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segunda-feira, 4 de julho de 2016

REVISTA TCU ARTE - Artística e Cultural - 2016 07 05

Neste número com as seções:
Questionário Proust, com o videomaker Júlio Cat (Semag)
Ponto do Humor, com o cronista Paulo Avelino (Secex-CE)
Resenha de Livro: Marcos - um livro surpreendente

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Questionário Proust com o cineasta/videomaker

JÚLIO CAT
Júlio Cat ao estilo de Van Gogh

1)      O que você consideraria o cúmulo da miséria?
A classe média unicamente preocupada no seu bem-estar, e esquecendo da parcela miserável da população.

2)      Onde você gostaria de viver?
Canadá

3)      Qual é a sua ideia de felicidade terrena?
Mais Igualdade econômica em todos os níveis e liberdade de pensamento e comportamento para todos.

4)      Quais falhas você tolera mais?
Intelectuais e de organização.

5)      Quem são os seus heróis favoritos de ficção?
Inspetor Closeau (dos filmes da Pantera cor de rosa) e o Vagamundo (de Charlie Chaplin).

6)      Quem são os seus heróis favoritos da vida real?
Francisco de Assis e Charlie Chaplin.

7)      Quem são suas heroínas favoritas da ficção?
Capitu (de Dom Casmurro) e Diadorim (De Grande Sertão Veredas).

8)      Quem são os seus personagens favoritos da história?
Karl Marx e Antônio Conselheiro

9)      O seu pintor favorito?
Salvador Dalí

10)  Seu músico favorito?
Chico Buarque

11)  A qualidade que você mais admira em um homem?
Justiça

12)  A qualidade que você mais admira em uma mulher?
Coragem

13)  Sua virtude favorita?
Criatividade

14)  Sua ocupação favorita?
Criador de vídeos de ficção

15)  Quem você gostaria de ter sido?
Charlie Chaplin

16)  Que trabalho de arte seu você mais gosta? Há uma história por trás dele?
Gosto muito do meu vídeo “Estacionamento provisório”, que trata, de forma satírica, das agruras vividas pelos servidores no estacionamento provisório (de brita) do Tribunal, utilizado enquanto quando da construção dos novos anexos do TCU.
A ideia do filme veio naturalmente, uma vez que as situações vividas por todos no estacionamentos, diariamente, eram realmente trágico-cômicas. E o interessante foi a grande quantidade de servidores e até estagiários que participaram do filme.

Clique e veja o filme:




https://www.youtube.com/watch?v=cNGo8iSz40w

https://www.youtube.com/watch?v=cNGo8iSz40w



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Ponto do Humor com o cronista

PAULO AVELINO

AS AVENTURAS DO DETETIVE ARTEMIDORO BALSEMÃO (O HERÓI CONTRA A CORRUPÇÃO)


Operação Suja-Prato, a Primeira


[Esta reportagem fará manchetes em Nova Iorque, Japão e na minha saudosa Santa Rita do Jucurutuca e reparará uma injustiça, em prova que eu realizei a primeira dessas portentosas operações - a Operação Suja-Prato].
O Velho Detetive e seus Estagiários
 relaxados antes da operação,
 sabendo que seria tranquila


Estava este velho Detetive em encontrozinho íntimo privê com Nicole Kidman, Angelina Jolie e Irina do-Cristiano-Ronaldo quando a voz gasguenta e fanhentosa da minha secretária Cacilda Regielena me acordou: eu estava sendo convocado a resolver o caso de um roubo de um picolé de limão, já meio lambido.

Orgulhoso de que finalmente conferiam um trabalho à minha altura, dirigi-me ao indigitado local. Como o menino vítima do roubo negaceava o depoimento, prometi-lhe três figurinhas do Jaspion [que ele não conhecia] no primeiro caso de delação premiada [também inaugurada por este veterano Detetive].

E descobri que não se tratava de um picolé lambido. Mas de cinco. Na verdade, cinco mil. E sequer eram picolés. O caso picoleiro se entranhava com uma complexa trama envolvendo mísseis balisticos intercontinentais e a fórmula secreta para chicletes que não derretem na boca e 7.539 pessoas, as quais interroguei todas, cada uma indicando dezessete novos implicados.

Após uma manhã inteira envolvido nesse exaustivo trabalho, passando os olhos na lista de 19.756.793 denunciados, vi, no final da lista, o meu próprio nome.
A Corrupção está em todos os lugares.
 Estagiários-detetives apuram
 se há algum protozoário envolvido.


Homem imparcial que sou, convoquei-me para depoimento, prometendo, a mim mesmo, um encontro privê com Nicole Kidman, etc., como recompensa. Coisa que não vai acontecer, pois sei que no final terei apenas a pilha de pratos lá na quitinete para lavar – daí o nome da pioneira operação.

...

Artemidoro Balsemão estudou na Escola contra o Crime de Batman e Robin – foi expulso pois se deixou enganar pela Mulher-Gato, que lhe prometeu casamento e até hoje.

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Resenha de Livro: Marcos, de Dag Hammarskjöld

A Espiritualidade do Burocrata

HAMMARSKJÖLD, Dag. Marcos. Tradução de W. H. Auden. Prefácio de Jimmy Carter. Nova Iorque: Vintage Books, 2006. 222p.

A Vida de Simplicidade abre para nós um livro no qual nunca somos capazes de passar da primeira sílaba e do homem que escreveu isso dificilmente se pode afirmar que teve uma vida simples.

Dag Carl Hammarskjöld nasceu em 1905 cercado de privilégio, desde o pai, antigo primeiro-ministro da Suécia. Doutor em economia aos vinte e cinco anos, começou uma carreira de funcionário público profissional, desenvolvida principalmente dentro do banco central sueco. Depois da Segunda Guerra entrou na esfera internacional, representando seu país nos planos de reconstrução da Europa e como membro da delegação sueca junto às Nações Unidas.

Carreira esta que atingiu seu auge quando para sua surpresa o Conselho de Segurança da ONU recomendou seu nome para Secretário-Geral da organização. Foi eleito em 10 de abril de 1953.

O líder da ONU deveria navegar em um mundo partido em dois blocos liderados por potências nucleares e em geral o sueco conseguiu contornar bem os obstáculos. Que se tornaram ainda maiores quando as antigas colônias africanas entraram em processo de formar novos estados nacionais – nem sempre de maneira pacífica.

Entre os conflitos que pululavam o Secretário-Geral da ONU voava de um lugar a outro no continente africano, em busca de acordos de cessar-fogo. Em uma dessas viagens o Douglas DC-6B no qual viajava estatelou-se no chão na Zâmbia em 18 de setembro de 1961, deixando suspeitas de atentado que perduram até hoje.

Entre seus papéis encontraram uma carta a um amigo seu, outro funcionário público sueco. Dag deixava para o amigo as suas anotações pessoais. Este publicou-as e o resultado é o livro Marcos.

Hammarskjöld conheceu virtualmente todas as pessoas importantes de sua época, de presidentes a reis. Viveu na segurança e no conforto. No entanto seu diário não fala de política e se fala de sucesso é para se referir à sua falta de sentido. O livro trata das minhas negociações comigo mesmo – e com Deus.

Marcos não possui uma unidade – são pensamentos soltos, pequenos poemas, textos de dez ou quinze linhas que o autor acumulou desde a juventude. A temática lhe fornece a coerência. O homem que vivia em hotéis de luxo e banquetes e negociações de alto nível escrevia à noite algo como: Que Deus tenha tempo para você lhe parece tão certo quanto o fato de que você nunca tem tempo para Ele. Ou: Tudo no presente momento, nada para o presente momento. E nada para seu futuro conforto ou para o futuro de seu bom nome. Ou: Em muitas matérias a profunda seriedade só pode ser expressa em palavras leves e divertidas. Ou: não somos nós que buscamos o caminho – é o Caminho que nos busca.

Dag Hammarskjöld viveu a burocracia no que ele tem de mais tradicional – carreira, estabilidade, negociação. Os problemas que tentava resolver quase nunca o atingiriam pessoalmente. Mas empenhava-se em resolvê-los, pois era sua missão burocrática. E, para esse burocrata, a burocracia incluía também o espiritual.







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domingo, 19 de junho de 2016

REVISTA TCU ARTE - Artística e Cultural - 2016 06 21

Neste número com as seções:
Questionário Proust, com o poeta José Osterno (Ministério Público Federal)
Ponto do Humor, com o videomaker Júlio Cat (Semag)
Crônicas do Controle, com o cronista Paulo Avelino (Secex-CE)

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Questionário Proust com o poeta

JOSÉ OSTERNO

1)      O que você consideraria o cúmulo da miséria?
Da miséria humana, a violência.
2)      Onde você gostaria de viver?
Em um lugar de PAZ, sem a "Lei de Gérson" e o "Jeitinho Brasileiro".
3)   Qual é a sua ideia de felicidade terrena?
Uma imensa livraria. Em verdade, como disse, um dia, Saramago: "Uma Catedral de Livros".
4)      Quais falhas você tolera mais?
A grosseria é intolerável.
5)      Quem são os seus heróis favoritos de ficção?
Tenente Drogo, do "Deserto dos Tártaros", pela esperança, e Hamlet, pela lúcida loucura.
6)      Quem são os seus heróis favoritos da vida real?
Papa Francisco, por óbvio.
7)      Quem são suas heroínas favoritas na vida real?
As três mulheres da minha vida (a esposa, Carmen, e as filhas, Carol e Gabi).
8)      Quem são suas heroínas favoritas da ficção?
Capitu, pelo mistério.
9)      Quem são os seus personagens favoritos da história?
Jesus Cristo, pelo Inigualável Amor, e São José, um Homem Justo, diz a Bíblia.
10)  O seu pintor favorito?
Da Vinci, por "A Anunciação".
11)  Seu músico favorito?
Schubert, sua "Serenata" prova a existência de Deus.
12)  A qualidade que você mais admira em um homem?
Misericórdia, porque a dor dói.
13)  A qualidade que você mais admira em uma mulher?
Misericórdia, pelo mesmo motivo.
14)  Sua virtude favorita?
A compreensão do brocardo: "Errar é humano".
15)  Sua ocupação favorita?
Ler bons livros de papel e torcer pelo Fortaleza (O Leão do Pici).
16)  Quem você gostaria de ter sido?
O Centurião de "Eu não sou digno de que entreis em minha morada ...",
cuja Fé causou admiração no próprio Jesus.
17)  Que trabalho de arte seu você mais gosta? Há uma história por trás dele?
o Poema "Felicidade", por causa da dúvida hamletiana: existe ou não existe, nesta vida (com "v" minúsculo)?

FELICIDADE
José Osterno Campos de Araújo

                   “Um homem feliz não escreve romance”
                                   Carlos Heitor Cony


Estarei deixando de ser feliz,
para escrever poemas?

Para escrever poemas,
serei infeliz como antes, circunstancialmente.
Serei infeliz como um dia ou outro, outrora.
Serei infeliz como verdadeiramente os infelizes.

Serei tão infeliz quanto
o mais possível infeliz.
Então,
escreverei um tanto de poesia
e morrerei.

Estarei, enfim, deixando de escrever poemas
para ser feliz.
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Ponto do Humor com o cineasta/videomaker

JÚLIO CAT

Batgirl, Mulher-Maravilha, She-ra, e de certa forma até a Mulher-Gato - o Mundo do Humor e da Ficção pulula de heroínas - sempre a  combater o Mal, com vitória mais ou menos completa, mas sempre com garra e sem descuidar do charme. Em um de seus primeiros filmes creio que o autor se inspirou nessas musas e trouxe duas campeãs da eficiência administrativa para fiscalizar uma ONG um tanto quanto (muito) suspeita. Um dos melhores momentos acontece quando as ACEs CATs descobrem uma obra de arte de autoria de ... mas o melhor mesmo é vendo:

AS ACES CATS CONTRA OS RATOS DO ORÇAMENTO




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Crônicas do Controle com o cronista

PAULO AVELINO


O Direito Administrativo - Ano Zero

O Direito Administrativo surgiu no dia 13 de dezembro de 1799 em Paris. No dia 12 de dezembro não existia. Ao contrário de seus companheiros direitos Civil e Penal sua origem não se perde na noite dos tempos. Não conheceu códigos de Hamurabi nem uma evolução de tartaruga. Veio da vontade de um grupo de homens, e veio de um corte.

Dois cortes, na verdade, representados por duas datas. Uma delas [já designada acima] marca a publicação da Constituição de 22 Frimário do Ano VIII – Frimário por ser tempo frio, e ano oitavo da Revolução – a qual, segundo os revolucionários, partiria a História humana em duas.

A primeira Constituição revolucionária não o era tanto – a guilhotina e o General Bonaparte já tinham dado uns bons socos nos ideais de liberdade. O Poder desse general era tão grande que consta na própria Constituição, como primeiro Cônsul – cargo obviamente criado pera ele.

O artigo 52 estabelecia Sob a direção dos cônsules, um Conselho de Estado é encarregado de redigir os projetos de ei e os regulamentos de administração pública(...)  e até aí nada de mais. Apenas mais um órgão de auxílio ao poder executivo. No que este bisonho artigo sacudiu o mundo do Direito foi na sua continuação ... e de resolver as dificuldades que surgem em matéria administrativa.

E esse órgão existe até hoje e as suas decisões criaram um novo saber jurídico – um Direito do Poder. Antes o Poder não tinha Direito – só tinha poder.


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sábado, 19 de março de 2016

REVISTA TCU ARTE - LITERÁRIA E ARTÍSTICA - edição de março de 2016

Neste seu terceiro ano, o Blog TCU ARTE se reconstrói enquanto revista e diálogo - Uma coluna fixa - as aventuras o Detetive Artemidoro Balsemão - e Diálogos artísticos entre grandes nomes do passado e os artistas do hoje do TCU.
Neste número de março de 2016, a fotógrafa Márcia Sartori, funcionária do TCU na Secretaria das Sessões, dialoga com Rubén Darío.
Márcia nova globetrotter corre o mundo em busca de belas imagens. Esta imagem ela a colheu na França, na região do Languedoc, em 2015.
Rubén Darío nasceu na Nicarágua em 1867. Um escritor, uma pessoa sensível, um jornalista, virou a poesia de fala hispânica de alto a baixo. O trecho aqui incluído ele o escreveu na Argentina, aos 27 anos.
Júlio CAT, funcionário do TCU na Secretaria de Macroavaliação Governamental, segue há anos o ditado "Rindo castigo os costumes". ". Neste filme de 2005, Júlio descreve como seria um órgão de controle externo nos tempos do Império Romano. Observador e participante da vida burocrática, Júlio escolheu o caminho da sátira.
O mesmo caminho que o Barão de Itararé escolheu, oitenta anos antes, para para comentar a vida política brasileira. Aparício Torelly nasceu em 1895, e amargou até cadeia por seu humor e suas idéias políticas, mas sem nunca perder a gargalhada. Nesse trecho ele autobiografa o seu alter ego, o Barão de Itararé.

Paulo Avelino, da Secretaria do Ceará, descreve o Detetive Artemidoro Balsemão - que vive mais uma aventura na sua batalha contra a corrupção.

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Paisagem - por Márcia Sartori

“Pradera, feliz dia! Do régio Buenos Aires
Ficaram lá longe o fogo e o fervor.
Hoje em teu verde triunfo terão meus sonhos vida,
Respirarei teu alento, me banharei em teu sol.
Muitos bons dias, horta! Saúdo a frescura
Que brota dos ramos de teu pêssego em flor;
Formada de roseirais, tua rua de Florida.
Vê passar a Glória, a banca e o Sport”.

(Rubén Darío, Poesía, La Nación, 2000).

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O Tribunal de Contas Romano, dirigido por Júlio Cat (2005).




“Com relação à vida pregressa do ilustre fidalgo Barão de Itararé, o Brando, senhor feudal de Bangu-sur-mer, nunca tive a menor dificuldade no recolhimento de completas informações, porque sua vida pública é, na realidade, uma continuação da privada. É um homem sem segredos, que vive às claras, aproveitando as gemas e sem desprezar as cascas. Amigo de cama e mesa, deitei-me, durante o dia, no mesmo leito em que ele dormia de noite, e bebi com ele, no mesmo copo, do mesmo com goma com o qual costumava abrir e fechar as refeições. Aí tive ocasião de aprender que a pobreza não é desonra, mas é uma porcaria.”

Do “Ligeiro estudo pela rama de alguns galhos da árvore genealógica do barão de Itararé” – reproduzido em “Máximas e Mínimas do barão de Itararé”, ed. Record, 2ª ed. P. 17-18.

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O Detetive Balsemão resolve o problema das Licitações



Paulo Avelino

Dia desses, eu, o Detetive Artemidoro Balsemão, dedicava-me a profundos e afogados pensamentos sobre como seria possível resolver o problema das licitações que infelicitam o nosso eufórico país.

Aspecto da Sala de Licitações, repleta de licitantes honestos
[De fato, tais pensamentos me vieram depois de outro alarme falso – pareceres técnicos de insofismável honestidade garantiram que, no caso da licitação de palitos de dente usados, qualquer preço abaixo de 100 contos por palito significaria falência dos pobres e ingênuos licitantes].

Pensei então no estratagema – em vez de tentar saber quem são os ladrões, o que tem sido feito desde que Cabral era menino, eu tentaria identificar os honestos. Mandei publicar então aviso nos jornais:

Licitação Direcionada n. 000000000001/2016
Licitantes honestos a analisar
um edital - com as roupas típicas
da época em que eles ainda existiam

Este certame será ganho por quem entregar mais queijos de minas, perfuminhos parisienses e ipods para as pessoas certas. Quê? Quer saber o objeto da licitação? Pra quê?

Meu raciocínio [brilhante, um dia alguém mais além de minha secretária Cacilda Regielena reconhecerá isso] era que, se as licitações aparentemente honestas atraem lobões, as licitações aparentemente roubadas atrairão cordeirinhos.

Sentei-me na mesa de licitações, armado de um bloco de notas para anotar os lances, um par de lápis e um celular ching-ling do camelô, e pus-me a esperar. Como os licitantes tardavam, tirei um cochilo.
 
Quando este velho detetive abriu os olhos, não havia mais lápis. Nem bloco de notas. Nem mesmo a vetusta mesa licitatória.

Mas antes que os pessimistas comecem sua algaravia, observo que não quiseram o celular. A Honestidade ainda existe.





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