TCU-ARTE – como ver-te, amar-te, pintar-te, escrever-te, fotografar-te, tcuar-te veio para o que há de melhor: mostrar a criatividade, a alegria e a vontade de criar textos e objetos belos por parte dos funcionários do Tribunal de Contas da União.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
Exercício do saber - Poesia de Antonio MORENO
O que é o saber que tanto me fascina?
Fonte da busca do conhecimento?
Lição de vida que a todos ensina?
Um aprendizado de um só momento?
O exercício do saber sempre encanta
Prazer que experimento em toda
lida
Ao despertar minh’alma se levanta
Redundando tudo em mister de vida
Tanto o jovem como o velho e a criança
Buscam sempre o saber com esperança
Engajando nisso alma e coração
Inda que haja tristeza ou alegria
Cismando em espreitar-me a cada
dia
Nada pode ilidir tal vocação.
@@@@@
Antonio Moreno, 59 anos, é natural de Colinas/MA. Graduado em
Administração e servidor do TCU desde 1975, atualmente no cargo de Auditor
Federal de Controle Externo, na Semag. Escreveu inúmeros artigos sobre variados
temas, a maioria restritos às listas de discussões de servidores do TCU,
constituindo-se um crítico contumaz das práticas administrativas desvirtuadas.
Apreciador de poesias, elegeu esse gênero como uma de suas leituras prediletas.
Visões do TCU - Fotografias de AVELINA Almeida
@@@@@
Avelina Ferreira de Almeida,
lotada no Cedoc - Centro de Documentação, do Instituto Serzedello Corrêa. Sou
curiosa e apreciadora da arte. Procuro fazer fotos buscando os mais diversos
contextos. Já ‘me aventurei’, de forma amadora, no mundo da dança, do teatro,
clown, etc. Sempre apreciei o mundo da arte: fotografia, cinema, literatura,
música, dança, atividades cômicas, especialmente o ‘universo clown’, teatro,
etc. A arte nos possibilita fazer novas reflexões sobre a vida, ao mesmo tempo
que nos deleitamos e navegamos nas suas doces águas...
O outro mundo e o extrassensorial - crônica de Marcos VALÉRIO
O OUTRO MUNDO E O
EXTRASSENSORIAL
Crédito autoral: ilustração obtida no
site http://www.sitepx.com/blog/recursos?cat=recursos
Edson abriu os olhos, como que tornando
de um breve sono ou passamento e se viu voando. Voando sim, que nem um pássaro.
Não havia foguete, avião, ultraleve, asa delta, pára-quedas, para-pente ou
qualquer outra modernidade conduzindo-o ao espaço infindo. Não estava também a
bordo de nenhum balão, dirigível ou outro artefato dos vistos nos livros de
história.
Não portava mesmo as rudimentares asas
com que o lendário Ícaro tentara na lenda chegar ao sol. Seus braços estavam
livres, seu corpo inteiro estava livre e voando no ar, em suave mas constante
velocidade, sendo levado por uma energia motriz ascendente, desconhecida dele e
dos livros científicos que lera durante a vida. Percebeu apenas que trajava uma
roupa azul dos pés à cabeça.
Só podia estar sonhando. Apesar da incrível
consciência que tinha dos arredores e de si mesmo, só podia ser isso. Tentou a
velha técnica de beliscar o braço. Se doesse estava acordado; se não, estava
mesmo sonhando. O incrível é que o beliscão não doeu nem deixou de doeu.
Simplesmente, não conseguiu beliscar-se, pois a mão traspassou o braço como se ambos
fossem feitos de uma substância gasosa. Procurou manter a calma, em meio a
interrogações que o assaltavam.
Mais alguns poucos minutos e se viu
chegando às nuvens mais altas. Lá havia várias pessoas com os mesmos trajes,
cada qual entretida com uma espécie de painel eletrônico que liam à sua frente.
Enxergou um espaço entre duas pessoas e logo reconheceu o seu painel. A
primeira coisa que apareceu foi a cópia do email que mandara poucas horas antes
para sua namorada, dizendo: “Patty, perdi o avião. Os voos estão todos lotados
para os próximos dias. Não quero ficar esse feriado longe de você. Vou de
carro. Te amo”. E logo uma resposta: “Adorei, amor, mas venha com cuidado, pois
essa estrada é muito perigosa”. E a réplica: “Não se preocupe. Não passarei dos
120 km/h. rsrsrs”.
Nesse instante, resolveu olhar de lado e
viu que o vizinho tinha em sua tela a notícia de um grave acidente
automobilístico ocorrido naquela tarde, próximo à cidade onde morava sua
namorada. Quase teve um enfarte quando reconheceu, na foto do veículo acidentado,
a placa do seu carro. É claro que enfarte naquela hora faria pouca diferença,
pois concluiu que já estava morto.
Agora recordava tudo com clareza. Numa
das curvas fechadas, por excesso de confiança e ousadia, sobrara e caíra no
abismo. Milhares de lembranças vieram à sua mente. Como se sentiriam agora seus
pais, seus irmãos, sua namorada, os colegas do trabalho e da igreja, a turma da
pelada semanal? Estariam muito abatidos,
desconsolados?
Como saber? Pensou voar de volta a terra e dar uma olhadela
no próprio enterro. Não conseguiu. Uma força estranha parecia agora detê-lo na
nuvem, permitindo-lhe dar poucos passos em cada direção.
Talvez aparecesse alguém da hierarquia
celestial que pudesse lhe dar essa permissão. Teve a certeza de que apareceria
alguém, como se estivesse agora possuído da capacidade de prever o futuro. Era
só esperar e cumprir uma sequência que lhe estava determinada.
Enquanto aguardava, voltou a mirar sua
tela, resignadamente. Leu centenas dos emails que trocara nos últimos tempos
com todo mundo. Depois acessou uma pasta de Windows Media Play. Estaria ali o
tal filme da vida, que dizem ser exibido a todos que passam dessa dimensão para
a outra? Talvez, mas na verdade assistiu apenas a filmes de curta duração, com
os amigos no churrasco, das habituais viagens de férias ou simplesmente de
algum espetáculo que assistira em vida.
Por curiosidade, acessou um álbum de
fotografias, onde se viu ao lado de muitos entes queridos, em momentos
especiais. Mexeu depois na pasta do PowerPoint e reviu outras tantas mensagens
recebidas e enviadas. Por fim, vasculhou no bloco do Word vários arquivos de
poemas e textos por ele produzidos. Antes de entrar em outros aplicativos
desconhecidos, notou a presença de um anjo ao lado e lhe perguntou:
- Amigo, será que eu poderia dar um
pulinho na terra para ver como estão meus familiares, meus amigos, minha
namorada?
- Permissão negada – disse firme. – É um
ambiente de muita dor. Não lhe faria bem.
- O que eu vou fazer aqui?
- O mesmo que já está fazendo: abrindo
emails, ouvindo músicas, lendo mensagens e textos, revendo filmes e fotografias
dos entes queridos, acompanhando notícias da terra pelos jornais e revistas dos
quais tenha assinatura, rindo com piadas ou concluindo algum projeto inacabado.
Se cansar, podemos transferi-lo para outro local de repouso eterno, onde se
dorme o tempo que se quiser.
- Não, não quero dormir – assegurou
Edson. - Só me tire uma dúvida: como vocês conseguiram todo esse acervo de
informações?
- Não conseguimos nada – confessou o
anjo. – Vocês na terra é que começaram com essa mania de salvar seus arquivos
nas nuvens. Eles estão todos aqui à sua disposição – garantiu o amigo
celestial, flutuando para o outro lado.
- Todos mesmos? – indagou Edson,
preocupado, lembrando de alguns filminhos pornôs que diversos amigos lhe
mandaram e que ele, inadvertidamente, também armazenara nas nuvens.
- Não todos – garantiu o anjo, conhecendo
o que ele indagava. – Esses vídeos que você pensou estão bloqueados em nossos
computadores. Só estão liberados naquela nuvem negra ali do lado – disse-lhe,
apontando-lhe com a extremidade do nariz.
Edson olhou de soslaio e percebeu a tal
nuvem, de onde podia ouvir e ver sons e imagens de uma euforia bizarra.
- Quando a maioria dos arquivos salvos
tem essa natureza, mandamos o dono para aquele lado. Você escapou por pouco –
explicou o ser alado, após breve pausa. – Pelos cálculos do nosso departamento
estatístico, um pouco mais da metade de seus arquivos salvos nas nuvens eram
aproveitáveis. O restante era lixo impróprio para esse ambiente.
- Ufa! – suspirou mentalmente, sentindo-se
aliviado.
- Sua interjeição de alívio faz todo sentido –
concluiu o anjo, lendo-lhe os pensamentos.
@@@@@
Declaro, sob as penas da lei, que
sou auditor (do TCU), escritor (mediano), poeta (medíocre), católico e
ecologista (em ambos, não praticante), compositor musical (licenciado) e
artista plástico (bisonho). Nos últimos 35 anos, extremamente preocupado com os
meus deveres e completamente desatento com os meus direitos.
Copenhague - Fotografias de Márcia SARTORI
@@@@@
A auditora Marcia Sartori atua na Secretaria das Sessões e
suas fotos podem ser vistas no endereço Olhares. Além de
fotografar, mantém o blog Em
cantos do mundo, cujo principal tema são viagens.
Paisagens - Pinturas de José de JESUS
@@@@@
José de Jesus de Aguiar, Técnico
de Finanças e Controle, trabalha no apoio do Gabinete do Presidente - Gabpres.
Pratica pintura em tela como hobby, pois, como ele fala, “sempre admirei este
tipo de arte e um dia tomei coragem e resolvi pintar de forma autodidata, ou
seja, sem professor”. Com o passar do tempo, sentindo a necessidade de ter
aulas com professores de pintura para adquirir mais conhecimento técnico,
passou a frequentar aulas e workshops com bons profissionais da área. Ele ainda
ressalta a frase de um amigo: “O ato de pintar é um bálsamo para o corpo e para
alma”.
Jordânia - Fotografias de Mauro MARTINS
Petra |
Wadi Rum |
@@@@@
O auditor Mauro Martins atua na Secretaria Regional de
Santa Catarina e roda o mundo construindo belas imagens. Visite sua coleção de fotos.
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