Tricia, Carolyn, Brittany e uma
única com o nome afrancesado de Michelle não se chamavam assim, nem de perto.
[Fizeram questão de enterrar seus típicos nomes centro-asiáticos sobre
toneladas de esquecimento] e essas quatro jovens [nenhuma tinha mais de 21]
abalaram a cena underground do país
hoje em 1970. A baixista Brittany, a guitarrista Michelle, a vocalista Carolyn
e a baterista Tricia com seu rock pesado e extravagante trouxeram a cultura do Sexo, Drogas e Rock´n´roll para a Ásia
Central.
Isso na lenda.
Excetuando-se o apoio do filósofo
da contracultura amhitariana Utkirbek Lennon, bem pouco liga as garotas a nada
que parecesse uma vida mais livre. [E as notícias de que o barbudo filósofo
realizava ações pouco recomendáveis com elas são desmentidas pelo fato de que
Utkirbek na época passava 200% do seu tempo alto
– sem que isso se referisse às elevadas montanhas do planalto do Pamir]. De
fato o som das meninas era bem macio – suas canções falavam de amores de fim de
tarde e no máximo de beijinhos roubados em festas adolescentes.
Nada disso impediu a lenda [que
rolou como bola-de-neve] de quatro messalinas asiáticas em festas estritamente
proibidas para pessoas que dessem o mínimo valor à inocência. Mas na verdade o
primeiro conjunto roqueiro feminino amhitariano tinha o inocente nome de Amhitar Cor de Rosa, e suas quatro
componentes [dizem] dormiam agarradas com ursinhos.
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Este conto faz parte da série de
366 contos do gênero fantástico Efemérides de
Amhitar, publicada ao longo de 2013, todos com um máximo de 1500
espaços.
O auditor Paulo Avelino atua na
Secretaria Regional do Ceará e escreve contos, literatura digital e Direito Administrativo.
É um dos coordenadores deste blog.
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