1 - NOVAS METODOLOGIAS
Os auditores estavam fechando o primeiro dia de trabalho e o
coordenador começou a fazer um batimento entre os procedimentos previstos e os
realizados até o final daquele dia. À medida que ia lendo a matriz de
procedimentos, ia riscando com sua lapiseira cada tópico já executado. Após
riscar os três primeiros tópicos, o membro da equipe estranhou:
- Por que você está riscando os papeis de trabalho?
Responde o coordenador:
- Você não viu que nossos chefes estão estimulando agora a
auditoria de riscos?
2 - AS BRECHAS DA NORMA ESCRITA E OS RISCOS DA
INTERPRETAÇÃO LITERAL
´Todos estavam incomodados com a frequente situação dos
vasos sanitários urinados, no banheiro masculino da Secex. Chegaram a fazer
cartazes com a solicitação: “Em consideração ao próximo colega que usará o vaso
sanitário, solicitamos encarecidamente que levante a tampa do vaso antes da
micção”. O disparate continuou. Deduziram que o colega não conhecia o
significado da palavra “Micção”. Mudaram a frase final para: “... levante a
tampa do vaso antes de urinar”. A desfeita continuou e alguém sugeriu nova
mudança na frase final para torná-la mais explícita: “... levante a tampa do
vaso antes de mijar”.
Mais uma vez, a súplica não surtiu resultado. Sabendo que
não havia analfabetos entre os servidores e terceirizados mais humildes,
resolveram pedir para um dos serventes ficar de plantão e verificar o banheiro
cada vez que saísse alguém de lá. Já no primeiro dia de vigília, foi
identificado o colega infrator e alguém foi escalado para falar com ele.
Como muito jeito, o interlocutor explicou os benefícios que
a campanha traria para todos e perguntou-lhe o que achava. Ele respondeu que
concordava plenamente e que estava fazendo sua parte. O interlocutor o levou
então ao local da sujeira e mostrou-lhe as manchas amareladas que, segundo
observação de alguém, teriam sido verificadas logo após sua saída do recinto.
Ele categoricamente esclareceu:
- Eu levanto religiosamente a tampa do vaso, toda vez que
vou verter o líquido, do jeito que o cartaz pede. Eu só não levanto o assento
do vaso.
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Declaro, sob as penas da lei, que sou auditor (do TCU),
escritor (mediano), poeta (medíocre), católico e ecologista (em ambos, não
praticante), compositor musical (licenciado) e artista plástico (bisonho). Nos
últimos 35 anos, extremamente preocupado com os meus deveres e completamente
desatento com os meus direitos.
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